O custo do comércio eletrônico
No Brasil, o comércio eletrônico tem quinze anos de vida. Como toda novidade, começou sem qualquer base teórica, reinventando-se à medida que progredia. Este período de desbrav
amento está chegando ao fim, porém ainda pagamos algumas consequências pelos improvisos.
Tomemos como exemplo a cadeia de serviços do comércio eletrônico. Para um empreendedor abrir uma loja virtual com a qual pretenda vender mais de 100 pedidos por dia, ele tem, em tese, de manter contratos de licenciamento e/ou serviços com empresas de desenvolvimento de sites, análise de risco, gateway de pagamento, back-office, operador logístico e transportadoras.
Os serviços são fornecidos por empresas independentes entre si, porém todos eles se interconectam para a realização da venda. Esta atomização de serviços é uma das heranças do período ainda juvenil do e-commerce e que geram dificuldades ao lojista, como a necessidade de negociar vários contratos de serviço sem que, por desconhecimento técnico, tenha conhecimento profundo de seus direitos e deveres. A empresa de serviço tenta maximizar seu lucro independente das demais, muito embora cada uma delas seja insuficiente para atender o cliente.
Integração de recursos é fundamental para a eficiência do negócio
Os serviços comunicam-se entre si por meio de dados, como eles foram construídos independentemente, o custo das interfaces onera o lojista. Além disso, quando o processo de atendimento dos pedidos de venda é interrompido por uma falha qualquer, a quem o lojista deve recorrer?
As consequências deste fracionamento dos fornecedores têm sido danosas ao desenvolvimento do mercado – simplesmente, o lojista inicia sua operação sem contar com todos os serviços automatizados. Ao crescer, o lojista passa a atender mal seus clientes por falta de infraestrutura administrativa, implicando constante perda de imagem. Para contar com todos os serviços, o custo para o lojista eleva-se muito devido às negociações individuais e ao baixo volume de suas transações, sendo viável apenas a quem tem alta escala.
Para que o mercado de comércio eletrônico possa ser ampliado, o que beneficiaria a todos (fornecedores de serviço e lojistas) é necessário que o custo total da cadeia de serviços seja reduzido sem perda de qualidade. Quanto menores forem os custos de abertura e suporte de uma loja virtual, menor poderá ser o faturamento médio de equilíbrio, viabilizando a ampliação do mercado. Isto somente pode ser alcançado quando todos os serviços forem empacotados num único contrato e com suporte centralizado.